Estivemos, eu e o Murilo, no último dia 17 na região de Pinto Bandeira-RS, em visita à Cave Geisse. Fomos recebidos pelos irmãos Rodrigo e Ignácio Geisse em um charmoso restaurante dentro do Vale dos Vinhedos. No trajeto do restaurante até a vinícola, começamos a aprender sobre o terroir de Pinto Bandeira, e os motivos que levaram seu pai, Mario Geisse, a escolher esta região para o plantio de chardonnay e pinot noir para a produção do melhor espumante brasileiro. Entre esses motivos estão o clima de montanha e a excelente drenagem do solo (formado por pedras em decomposição). Pudemos notar a grande diferença da qualidade dos vinhedos da Cave Geisse em relação aos vinhedos vizinhos (poda, limpeza e cuidado com as vinhas) e o plantio em espaldeiras altas (a maioria dos vinhedos é conduzida em latada).
Ao chegarmos à sede da vinícola, nos deparamos com uma das vistas mais bonitas da região, uma vez que a casa encontra-se no meio do vinhedo.
Ao anoitecer fez-se a degustação dos vinhos, iniciando pelos espumantes: Cave Geisse Brut, Cave Geisse Blanc de Blanc, Cave Geisse Blanc de Noir, Cave Geisse Terroir Nature, Cave Amadeu Rosé e Cave Geisse Terroir Rosé, numa crescente de complexidade, intensidade aromática e persistência. Degustamos, então, o surpreendente Hood Pinot Noir Fred, um projeto feito de maneira despretensiosa pela família Geisse em homenagem ao falecimento de Fred, um grande amigo da família. O que era para ser apenas uma produção-homenagem, acabou entrando para a linha de vinhos Geisse devido à sua incrível qualidade, "um Pinot brasileiro com alma européia", pelo equilíbrio e delicadeza esperados de um bom Pinot Noir. Depois dessa maravilhosa degustação de vinhos brasileiros, conhecemos a linha chilena El Sueño: Carménère, Malbec e Cabernet Sauvignon, que apresentam o mesmo padrão de qualidade dos espumantes.
Erick Scoralik, Rodrigo Geisse, Paula Pita, Murilo Rodrigues e Ignácio Geisse
O dia seguinte foi ainda mais produtivo, fomos conhecer a vinícola e a meticulosa produção de espumantes pelo método champenoise. Um aprendizado incrível! Vimos as prensas, conhecemos o pé de cuba utilizado para a produção do vinho base, provamos os vinhos, visitamos as caves e pudemos ver a diferença do vinho durante a segunda fermentação (produção da perlagem) e o período de autólise (contato com as lias), a remuage (movimentação das garrafas para decantação das lias) até o degorgement.
Foram dois dias intensos e incríveis que os irmãos Geisse com toda simpatia e conhecimento nos proporcionaram. É impossível deixar de notar a paixão que move a família nesse projeto de produzir vinhos de excelência genuinamente brasileiros, que nós da Zahil Santos temos orgulho de ter em nossa loja.
Parabéns à família Geisse pelo belíssimo trabalho!